sábado, 28 de marzo de 2009
Não só um excerto numa tela
Não só um excerto numa tela que se apronta
Não somente um quadro a óleo que fulgente pintas com prazer
Nele estas a amar-me longa e nua, sentindo-me tua em cada traço
Nesse lado ansiado de cercania, nessa forma de gritar teu amor por mim
Acariciando-me levemente em cada cor com que pretendes preencher
Os espaços duma pele que transmutas dando vida e cor
Acaricias meu peito, meus braços, meu rosto com o pincel e em silencio
Fechas os olhos e me imaginas, nesse observar interno
me abraças como o vento em tardes calorosas
Entro nesse teu espacejar donde a pele se toca sem eu estar presente
Como vento ligeiro que abre uma porta que permaneceu fechada no tempo
Nessa escolha dum caminho a través das cores duma primavera
Fechando cicatrizes abertas noutro tempo.
Não só um excerto numa tela que se apronta
Não somente um quadro a óleo que fulgente pintas com prazer
o recuperar dum tempo que julgas perdido e detido no tempo
Pele que estendes nessa tela enquanto estou ausente
Vais amando-me nesse teu jeito e eu vislumbrando arredor de ti
Silente enquanto me vejo amada nesses traços em sussurros distantes
en un mismo deseo y un mismo sueño.