Quando sintas descender o sol para além do horizonte
o vento envolver-te docemente eriçando-te a pele.
Sentires o murmurejo do vento entres a folhagens da árvores
E avistares o planejar das asas de uma gaivota distante
Não perguntes se é real ou não o que sentes nesse instante.
Nem se os sonhos ansiados são o nosso presente incrédulo
Fecha levemente teus olhos e deixa que seja o tacto do teu corpo
sentido visual que te rumoreje que é o meu corpo descarnado
Que chega a ti como a mais deleitosa meiguice
Desprendendo do infinito as estrelas numa corrida fugaz
Para encher de luz a tuas noites solitárias
donde urgido ao travesseiro intentas defrontar-me
Luzes que como pirilampos aclaram os medos
Luxúria que faz-te abraçar o lume das brasas que meu corpo acende
O suor feito orvalho que expele a tua pele comprazida
Sou essa bruma que envolve teu leito e se lega sobre ti.
Aroma que antevês sem saber de donde brota.
Não perguntes, só fecha levemente teus olhos
e deixa que seja o tacto do teu corpo
O sentido visual que te rumoreje que é o meu corpo descarnado
Que chega a ti para fazer-te sentir o que jamais alguém permitiu-te descobrir,
Que és a força e a razão pela qual um coração distante por ti lateja
Deixando no vento meu sussurro, deste Amor que te pertence.