Tempo de olhar a profundidade do alto da montanha,
ver o infinito nas proximidades da pélvis tocada pelo vento,
nosso confidente e conselheiro das noites de lua cheia.
Brisa suave e ascendente
que acaricias meu pensar além do horizonte,
contigo ganho asas
e me desdobro em lúdico voo conversível a este mar...
Gaivotas rasgando o céu
em harmonia constante em seu percurso de ida e volta,
deixando que seus impulsos fluam dentro,
qual quasar suspenso em nosso Universo.
Assim me sinto a teu lado
fundindo-nos entre os elementos e a distância,
ambiências que se relacionam
e conjugam nas ancestrais correntes do ser e da alma!.
Constância do dia e da noite,
que preenches minha idade me dando a consistência de tua luz
o que julguei um vulcão adormecido
ou mesmo inactivo pelas arestas da vida,
desabrochou das entranhas da terra,
como lava sedenta desse vento em ascendência...
Brote derramados, esteira onde me deito
e sobre teu corpo já faminto da nova era,
te penetro deixando-nos sedimentar
até que as cinzas se dissipem
e o Sol nascente surgir cobrindo com seus raios dourados
o linho do nosso leito.
E eu dizendo-te em murmúrio...Te amo Letty!.