Não preciso quando as afrontas me invadem os sentidos
Passando por mim em direcção oposta para lúgubres lugares.
Não é mais que fragmentações dispersas, que perdidas, não encontram em mim eco.
Não preciso neste céu aberto cravado de chumbo pela anatomia de corpos
que a verdade não contenta! Corpos levados por impulso idilico,
rocam as margens do labirinto num mergulho fantasmagórico,
deixando tudo ao acaso!
Não preciso, só porque a noite já não é mais minha pertença,
mas apenas a vaga ideia de um lugar que só posso recordar.
No entanto, tenho o dia, que me ensina a ser quem sou,
como sou e o que sou, mesmo descendendo abruptamente as escarpas do meu caminho!
Autor: José Paulo da Costa Ribeiro ®